Chover no molhado

Semana passada recebi em meu email mais um texto relacionado à educação. Era de uma professora que infelizmente não assinou a mensagem. O conteúdo não era nenhuma novidade para mim. Falava da grande dificuldade que os profissionais da educação passam para “tentar” exercer suas funções e outras mazelas que a área nos reserva. Posso falar de cadeira cativa: “está bem difícil trabalhar com educação”.

Mas não quero ficar aqui “chorando o leite derramado”, porque seria “chover no molhado”. Desde o começo de março, perdi o medo da sala de aula e estou com uma turma de Educação de Jovens e Adultos, lecionando História. É somente até maio, mas já é um tabu a menos em minha vida. Já apliquei até uma prova. É uma sensação muito legal. Poder passar algo que sabe, ou pelo menos tentar fazer isso e notar que aquela pessoa está guardando alguma informação, é revigorante. Pena que logo esse sentimento passa, pois as dificuldades da profissão superam as alegrias que possamos ter.

Não sei se seguirei nesta estrada. Às vezes penso em largar tudo. Nunca mais ver uma sala de aula ou passar em frente a uma escola. Uma coisa é certa: a educação deve se adequar aos novos tempos. Os alunos já não são os mesmos, a família já não é a mesma, a sociedade já não é a mesma, nada é igual, somente a educação quer continuar com os ingredientes do passado. Desta forma a falência é irremediável.

Finalizo por aqui, pois a hora de ir para o trabalho se aproxima. Hora esta que não me agrada. O que vai acontecer lá já é sabido e não é muito bom. Vejo muitos falarem que quando não se trabalha feliz nada dá certo, sendo assim deve-se largar o que faz e procurar outra coisa. Se todos os profissionais da educação fizerem o mesmo, as escolas se transformarão de um dia para o outro em cemitérios do saber. Infelizmente!

Fotos: igorphotos e Fotos Govba