O João das Pessoas

João era a felicidade em pessoa. Pelo menos para as pessoas. João vivia sorrindo aos quatro cantos, ajudava aos amigos, era o melhor no que fazia, pai exemplar, marido fiel e amoroso. João era invejado por todos. Inveja boa. Aquela que sentimos não por maldade, mas sim por querer ter a vida que o outro tem, sem prejudicá-lo. João não passava perrengues por conta de dinheiro. Como era o melhor no que fazia, ganhava bem e ao invés de pedir, emprestava à todos que necessitavam. João era um semi-Deus na Terra. Pelo menos para as pessoas. Um belo dia João não desceu para o café. A esposa que acordara antes voltou ao quarto e encontrou a porta do banheiro fechada e o barulhinho da água do chuveiro a cair sem parar. João tinha dado cabo da própria vida. João era feliz, mas feliz para as pessoas.

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