Um amor escrito nas estrelas

Desde o início, aquele dia parecia muito estranho. Um dia que começou chuvoso e no decorrer descambou para um sol escaldante, fulminando com uma noite estrelada.

Meu nome é Vinícius e me acostumei com termos celestes por ser cunhado de um astrônomo. Cara simpático e aparentemente amigável que estava com minha irmã há algum tempo. Ela uma médica de sucesso, louca por Engenheiros do Hawaii e Rolling Stones. Tudo parecia bem até aquela fatídica noite.


Lembro-me de ter olhado no celular, exatamente 9:14, na sala rolava uma novela chata na TV. Preferi ficar recolhido. Tinha acabado de chegar da academia, era tímido e por isso ficava sempre na minha. O rádio baixinho sintonizado na 98 FM não foi capaz de evitar que escutasse o primeiro grito.

Parece que todo amor havia acabado, tinha ouvido certa vez, que os dois eram incompatíveis astrologicamente. Agora estava tudo explicado, era tudo meramente uma relação de aparências, o que havia por trás eram brigas e mais brigas. Infelizmente, aquela seria a última.

Um disparo marcou o início de tudo. Cheguei à cozinha e já achei minha irmã caída sendo alvejada em seu rosto. Num impulso que só se tem em momentos de perigo tentei furtá-lo de seu armamento, foi tudo inútil. Senti apenas uma dor terrível abaixo do estômago e jorrar de sangue interminável. Parece que se arrependendo do factídigo caso, o próprio assassino se sentenciou com um tiro na cabeça.


Após isso tenho certeza que o amor está longe de estar escrito nas estrelas, mal, mal em uma agenda rabiscada repleta de versos melosos que a namorada de um amigo meu, morto pelo crápula também no caso, abraçava ardorosamente no triplo enterro.

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